7 de abr. de 2014

Arquivo-X (X-Files) - 1993/2002



   Escolhi falar sobre algo levemente diferente nesse post. Ultimamente venho dedicando mais tempo a séries do que a filmes, o que é algo curioso pra uma "cinéfila" como eu. Mas, por que não incluir séries dentro desse termo? já que esse universo vem ganhando cada vez mais força nos últimos anos e muitas delas são tão boas quanto filmes, com o diferencial de que tem mais tempo para desenvolver os personagens e a história. Não vou dizer que isso é melhor do que o tempo limitado que temos nos filmes, de forma alguma, até porque acho que tempo não condiz necessariamente com profundidade de personagens, mas é verdade que algumas séries conseguem atingir um nível incrível de complexidade e riqueza. Vale lembrar que a devemos a criação da série ao Chris Carter, que também envolveu outras pessoas geniais na produção, como Kim Manners (R.I.P.), que também trabalhou em Supernatural, Vince Gilligan (envolvido em Breaking Bad), e etc.
   Falo de Arquivo-X. Uma série que (muito infelizmente) já terminou há bons 12 anos atrás, e que como toda boa série, ainda consegue arrebatar incontáveis seguidores mesmo depois de todo esse tempo. Parece que 2002 não está tão longe assim, né? (sempre tenho a impressão de que os anos 90 foram há 10 anos atrás). Mas, se formos pensar em todos os avanços tecnológicos que ocorreram desde então, se torna um abismo...a série terminou quando nós ainda usávamos disquetes, VHS's e celulares tijolão. (Além de ter aquelas roupas terríveis da virada do milênio, né).
   Enfim, certas séries ou filmes se tornam tão famosos e populares que acabam entrando pros anais da cultura pop. Muita gente já deve ter ouvido falar em Arquivo-X, mesmo nunca tendo assistido a um episódio (assim como é o caso de Friends), e foi assim comigo, principalmente por ser da geração de crianças que cresceu nos anos 90, esse nome nunca me foi estranho. Criei mais interesse quando comecei a assistir Supernatural, que é uma série criada por Eric Kripke em 2005, hoje está na sua 9ª temporada, com um fandom mais enlouquecido do que nunca. Como diz o nome, a trama trata de dois irmãos que saem pelo país "salvando pessoas, caçando coisas..no negócio da família", eles basicamente enfrentam todos e qualquer tipo de caso que envolva fenômenos paranormais. Foi a primeira série pela qual eu me interessei seriamente, e assisti na ordem cronológica..de tão viciada que eu estava, assisti as 6 primeiras temporadas em menos de um mês! E, durante esse tempo, em vários episódios há referências a uma tal série dos anos 90 chamada Arquivo-X..inclusive, muitos pontos semelhantes entre as duas.


   Nunca pensei que eu preferiria outra série à Supernatural, mas Arquivo-X é aquele tipo de série clássica que é impossível de superar..justamente por ela ter sido uma total precursora do gênero (até então nem existia "gênero" quando se falava em séries de TV). A série iniciou em 1993, uma época em que não havia muitos atrativos na televisão além de sitcoms com aquelas faixas de risadas pré-gravadas. Eu só imagino a revolução que deve ter sido essa trama principal, cheia de conspirações governamentais, monstros, aliens e eventos paranormais em geral.
   A premissa básica de Arquivo-X é bem simples: um agente do FBI, com o nome improvável de Fox Mulder - interpretado pelo David Duchovny - que é conhecido como "Spooky Mulder" (a tradução de spooky seria algo como "mal-assombrado, assustador"), trabalha nessa unidade chamada X-Files, que é basicamente uma salinha no porão do FBI, atulhada de casos que não foram solucionados, esses casos quase sempre envolvem fenômenos inexplicados pela ciência. Mulder se interessa por ele porque desconfia de uma trama que ocorre dentro do próprio governo americano, para ocultar a verdade da população sobre a existência de vida extraterrestre, além de ele crer que presenciou a abdução de sua própria irmã mais nova, Samantha, quando ela tinha 8 anos, e ele 14. Ele sabe que esses dois fatos tem alguma conexão, mas ainda não sabe qual. Vamos imaginar isso, um agente outrora respeitado do FBI, começa a fazer alegações sobre conspirações e aliens, em meio a todos aqueles homens de terno e donos da verdade, isso seria inaceitável e mais do que absurdo. E esse é um dos aspectos mais interessantes e adoráveis do personagem Mulder, ele simplesmente não se importa com isso!
   Como isso incomoda os dirigentes do alto poder dentro do FBI, das forças militares e do governo em geral, é preciso manter Mulder em "coleira curta", controlá-lo de alguma forma. É nesse plano que entra a agente Dana Scully - interpretada pela linda Gillian Anderson - que também é médica e "cientista" (seja lá o que isso queira dizer), ela é claramente contratada para espionar o trabalho de Mulder no Arquivo-X e reportar suas atividades e travessuras ao diretor do FBI. No entanto, conforme eles vão trabalhando juntos em vários casos, ela que é uma personagem extremamente cética e racional, começa a ficar sem palavras frente a vários acontecimentos que presencia. Assim, ela vai percebendo o que está por trás de sua tarefa e aos poucos se alia ao Mulder e a sua cruzada.
   Não há como negar que Mulder e Scully (até os nomes combinam de uma forma incomum) são um dos casais mais marcantes de qualquer série de TV, justamente por serem essa união de opostos, ambos se influenciam mutuamente de alguma forma, se enriquecendo a cada episódio. Além disso, a química real entre a Gillian e o Duchovny ajuda bastante!


   Eu poderia fazer infinitos parágrafos pra falar sobre a relação desses dois, porque acho uma das coisas mais geniais que eu já vi, tanto em cinema quanto em TV, e nesse aspecto, o tempo que os roteiristas possuem em mãos realmente é precioso. Eles desenvolvem uma relação que se constroi muito lentamente, mas muito lentamente mesmo! Depois de algumas temporadas, fica óbvio que existe uma tensão sexual não resolvida, mas é aí que está o fato mais interessante, não sei se isso foi feito pra deixar os espectadores eternamente na falta (de uma relação propriamente dita entre os dois) ou pra preservar a integridade da série (que é sobre conspirações e etc, não sobre relacionamentos - apesar de um não existir sem o outro!), porque nós vibramos a cada toque de mãos ou olhar trocado entre os dois. Essas pequenas ações significam tanto quanto se eles se beijassem de verdade e etc, e isso é feito pra enfatizar o respeito e amizade verdadeira que há entre Mulder e Scully, na minha opinião.

   É claro que nas primeiras temporadas, os personagens ainda estão se desenvolvendo, e podem parecer bastante unidimensionais, Scully é a cética e Mulder é o que está aberto a todas as possibilidades, isto é, "I want to believe". Mas, conforme a mitologia da série vai avançando, o que não falta são novas tramas que desafiam os personagens em seus estereótipos e os fazem crescer, além de melhores efeitos especiais, graças à popularidade que a série alcançou rapidamente. Os locais de gravação eram em Vancouver, no Canadá, o que os deixava um tanto isolados do estúdio em Los Angeles, a Fox A premissa da série é a de que "a verdade está lá fora", e as verdades reveladas acerca dessa conspiração governamental master que existe, chegam a níveis inimagináveis e globais. É claro que a trama teve de evoluir para uma escala global a fim de levar adiante as temporadas, talvez alguns (vários) aspectos da mitologia até pareçam difíceis de acreditar, inclusive a sobrevivência de Mulder e Scully após descobrirem sobre esses planos..mas depois descobrimos que existem interesses maiores em jogo, que asseguram a continuação da cruzada do Mulder. Só assistindo a série pra descobrir! Apesar de algumas inverossimilhanças, acho que foi uma das primeiras séries a nos alertarem sobre o que acontece quando há um acúmulo absurdo de poder nas mãos de uma pequena parcela de pessoas, elas acabam deixando de lado qualquer vestígio de democracia e agindo em prol de seu próprio benefício. Hoje os "ensinamentos" e teorias da conspiração de Arquivo-X podem nos parecer batidos e até clichês demais, já que estamos mais do que acostumados a ouvir falar em espionagens, hackers, serviços secretos, manobras militares, interesses de poderosos..mas na época era algo bem original.


    Temporadas vem e temporadas vão (as melhores, na minha opinião, são todas! são as temporadas 3, 4, 5 e 6). Nas duas últimas, não sei exatamente por qual motivo, David Duchovny acaba se desligando da série parcialmente, talvez por conflitos com o estúdio e acredito que também em parte por estar cansado de interpretar o Mulder por tanto tempo. Então, várias mudanças no roteiro tiveram de ser feitas pra explicar o sumiço repentino do Mulder. Na minha opinião, com certeza a série perdeu muito do seu potencial com a saída de um protagonista, mas como era de se esperar, não perdeu seu espírito e, pelo contrário, ganhou uma nova força com a inserção de dois novos agentes: John Doggett e Monica Reyes (interpretados pelos incríveis Robert Patrick e Annabeth Gish - ela que é apenas a neta da Lillian Gish, uma das primeiras grandes atrizes de Hollywood). Como qualquer fã, eu aceitei com dificuldade os novos personagens, mas, o personagem Doggett é tão interessante, complexo e bem construído, que depois de alguns episódios, mal senti falta do Mulder, juro! resumindo, também tenho um lugar especial guardado pra ele em meio ao meu amor pela série. A Reyes não caiu tanto nas minhas graças, mas também é uma personagem intrigante, os roteiristas tentaram, de uma forma ou de outra, recriar os elementos básicos de personalidade nesses dois novos personagens..Doggett seria o cético, e Reyes a "mística". A fórmula funcionou novamente, mas o que se criou foi uma relação diferente da de Mulder e Scully, uma relação mais abertamente afetiva, eles se permitem dizer claramente que se importam um com o outro frequentemente..o que demorou umas boas temporadas pra acontecer entre a dupla principal.



   Outros personagens coadjuvantes, mas não menos importantes e adorados por mim são: o Assistente Diretor do FBI, Walter Skinner - carinhosamente apelidado de "Skin Man" por Mulder (quem não lembra de: "Come here, you big, bald, beautiful man!"). Tenho um carinho especial pelo Skinner, porque ele age como uma figura paterna na história, ao mesmo tempo em que ele pune e tenta fazer com que Mulder e Scully sigam as regras estabelecidas pelo FBI, ele também os conforta em vários momentos, além de sempre se utilizar de sua posição na hierarquia do Bureau pra tentar mexer os pauzinhos e fazer com que as coisas dêem certo..resumindo, é uma fonte de resiliência nos momentos difíceis (e nós sabemos que foram muitos). Os Lone Gunmen também são outros personagens queridos. Trata-se de um trio de amigos do Mulder, que são hackers e geeks clássicos, e funcionam meio como um contraponto ao poder do governo. Enquanto o Sindicato se utiliza dos meios convencionais para controlar tudo a seu favor, Byers, Langly e Frohike tentam ir contra esses podres através dos meios que possuem, muitas coisas não teriam sido possíveis sem a ajuda deles, basta dizer isso. O trio foi tão popular que gerou uma série spin-off, que infelizmente durou pouco, mas eu ainda pretendo assistir.
   "Cancer Man", ou "Cigarette Smoking Man" é outro personagem essencial da série, o nêmesis do Mulder. Ele é interpretado pelo genial William B. Davis, e como diz seu apelido, em todas as cenas ele acende e fuma cigarros sem parar (Morley's vermelhos, de preferência!). Desde o início da série, somos levados a pensar que ele não tem nenhuma intenção boa em relação a seus planos, mas depois descobrimos que ele tem várias facetas e acaba se tornando um dos personagens mais interessantes. Junto com ele nesse aspecto de nêmesis está o Alex Krycek (Nicholas Lea), que é uma espécie de agente duplo, não servindo a ninguém especificamente, só aos seus próprios interesses.
   Poderia ficar dissertando sobre X-Files por muitos parágrafos ainda, já que é uma série pela qual sou apaixonada, é minha favorita no momento..mal posso esperar pra poder rever desde o início. Acho que todo o propósito desse post foi a nostalgia que bateu depois que eu terminei a series finale ontem. Fiquei ainda com muitas dúvidas sobre a mitologia, que eu espero que sejam sanadas quando eu reassistir (ou talvez seja melhor assim, as melhores tramas nos deixam pensando pra além do roteiro mostrado, e eu gosto de pensar que o universo que o Chris Carter criou é tão rico que não dá pra colocar um limite a ele), além de não ter gostado de alguns aspectos, porque fandom sem crítica não é fandom, mas sim fanatismo, me desculpem! Mas nada de anormal nisso, obviamente em uma series finale há muitas expectativas, muita pressão, impossível agradar todo mundo..o que ficou mesmo é o sentimento de vazio depois da última cena (que é linda, diga-se de passagem), e a certeza de que fiquei órfã! Só o que me resta é rever e torcer para que o terceiro filme saia em breve..e que seja melhor que o segundo, por favor!


P.S.: um vídeo muito adequado ao momento, traz um sentimento que muitos fãs já partilharam, haha:



18 de mar. de 2014

A Dama das Camélias - Camille (George Cukor - 1936)


Nota: 5,00/5,00

   Novamente falando de um filme do qual eu gostei muito, porque ainda não tenho tempo pra postar sobre filmes que achei medianos, simples assim. Este é um daqueles melodramas cheio de teias de aranha de tão velho, do tipo que eu mais adoro. Com uma direção de George Cukor, estrelado por Garbo e Taylor, e baseado em um livro de Alexandre Dumas Filho, chamar de clássico é subestimar essa obra. Também tenho um gosto especial por esses pôsteres de filmes antigos, as cores eram tão vivas e cada um parecia uma pintura artística por si só.
   Li o livro "A Dama das Camélias" do Dumas há uns dois anos atrás, então não posso dizer se o filme foi fiel à obra, que é a questão que sempre se apresenta em adaptações. Mas, pelo menos o espírito do livro e a essência de seus personagens foram mantidos, até onde pude perceber. Greta Garbo (é apenas meu 2º filme com ela) encarnou perfeitamente a cortesã hedonista, Marguerite Gautier (o nome está errado no pôster), que veste todo aquele estereótipo que nós ja conhecemos: não acredita no amor porque, no fundo, não se sente merecedora dele, então mascara isso com todos os prazeres que seu estilo de vida pode proporcionar, além de manter relações destrutivas, baseadas em nada mais do que interesse. Até que um dia, conhece o modesto Armand Duval, que apesar de saber de sua condição social, se diz apaixonado por ela. A partir daí, temos inúmeros conflitos internos que Marguerite enfrenta para conseguir aceitar esse sentimento..Mais tarde, ela é coagida (mas de um modo ou de outro, foi uma escolha sua), a renunciar a Armand, à pedido do pai dele, já que ele nunca seria respeitado socialmente caso se casasse com uma cortesã. Em um ato digno de heroína de romance, ela desiste de seguir em frente com o casamento, fazendo Armand pensar que é porque ainda está apaixonada pelo Barão de Varville, seu antigo amante.
   Depois de um bom tempo de negações e sofrimento, Marguerite se encontra em seu leito de morte, há um reencontro entre ela e Armand, onde os dois se reconciliam e fazem planos, mas é tarde demais, essa, inclusive, é uma cena brilhantemente atuada por Greta Garbo - que foi uma das maiores atrizes dramáticas de sua época. Apesar de ser um romance clássico, acredito que também traz uma perspectiva interessante do contexto social da época, a posição das cortesãs da sociedade, apesar de viverem uma vida de luxo, elas eram como objetos dos homens que as sustentavam, não tendo muita escolha quanto a seu futuro. Além disso, sobre a proibição do casamento de Marguerite com Armand, a ideia antiga e tão universal (que vale não só para mulheres, como também para homens), de que o valor que a sociedade dá para as nossas relações são mais importantes do que as próprias, algo que pode parecer antiquado aos nossos olhos hoje, mas que com certeza ainda existe.






16 de mar. de 2014

Todos os Homens do Presidente - All The President's Men (Alan J. Pakula - 1976)


Nota: 5,00/5,00

     É preciso um roteiro muito dinâmico e bem construído pra conseguir manter um filme sobre um escândalo político que ocorreu nos EUA nos anos 70 interessante, mesmo depois de quase 40 anos, e o diretor, Alan J. Pakula, faz isso de maneira magistral. Dustin Hoffmann e Robert Redford estão ótimos interpretando a dupla de jornalistas (respectivamente: Carl Bernstein & Bob Woodward, carinhosamente apelidados de "Woodstein") que foram atrás de um crime de arrombamento ligado ao Partido Republicano e acabam encontrando uma trama de proporções inacreditáveis, envolvendo todas as entidades governamentais que deveriam estar trabalhando a favor da democracia, e é a investigação e consequente publicação da história por eles que garante que a verdade venha à tona. Tudo isso culmina no que hoje conhecemos como o Caso Watergate, ocorrido durante o mandato de Richard Nixon, que acabou renunciando à presidência devido ao ocorrido.
   Pra dar um geral, o Caso Watergate foi uma conspiração do Partido Republicano contra o Partido Democrata, para que Nixon - um republicano - fosse reeleito. Para tanto, o Comitê de Reeleição Republicano violou inúmera ementas da Constituição, grampeando escritórios de Democratas, plantando informações falsas para desbancar os membros, e arrombando escritórios para roubar informações sobre as campanhas. Todas essas ações tiveram êxito, tanto que Nixon foi reeleito, até que esses dois repórteres resolveram ir atrás do que consideravam ser apenas um caso político suspeito, e acabaram encontrando mais do que esperavam.
   Foi um dos maiores escândalos envolvendo a corrupção dos altos escalões do governo norteamericano, só imagino a repercussão que essa matéria do Washington Post escrita pelos dois deve ter tido na época, anos 70, o país passava por um período frágil durante a vergonhosa Guerra do Vietnã, então, uma polêmica envolvendo os próprios governantes, que são pessoas em quem o povo supostamente deveria confiar, deve ter sido um golpe e tanto. O que eu mais achei interessante em toda essa história foi que a revelação dos fatos foi feita por um jornal, porque nos tempos de hoje (na minha concepção, pelo menos), vejo os grandes jornais e a grande mídia em geral, como apenas outros perpetradores da corrupção, propagadores de preconceitos e nada neutros em suas posições políticas. Não faço ideia de qual lado o Washington Post estava na época, se Democrata ou Republicano (apesar de ficar um tanto óbvio no filme que o chefe de "Woodstein" é um crítico ferrenho dos republicanos), mas durante o filme inteiro nos é mostrado que o que mais importava para eles era desmascarar uma trama secreta que estava castrando a liberdade das pessoas de escolher livremente, a tão sagrada democracia que os americanos pregam.
   Resumindo, é um filme que prende o espectador, mesmo que tenhamos faltado a essa aula de história moderna, acabamos torcendo para que os repórteres consigam as informações confidenciais de que precisam e principalmente, que eles cheguem ao fim do filme vivos! Há um personagem chamado "Deep Throat", que é uma espécie de informante/agente duplo, o que proporciona sempre uma análise interessante..afinal, ficamos nos perguntando, que tipo de pessoa acabaria chegando em um lugar tão privilegiado na esfera do serviço secreto, só para então subverter tudo e liberar informações? Com certeza alguém que foi iludido pela beleza do sistema burocrático, e que só depois de chegar a conhecer as ideologias que o movimentam, consegue fazer uma última tentativa de ir contra tudo aquilo..isso quando eles tentam, né? e mesmo assim, continuam inseridos dentro da máquina, vai entender. Enfim, citei o Deep Throat pra dizer que me lembrou muito aquela série de TV "Arquivo-X", que no presente momento posso dizer ser minha absoluta favorita do coração, e que também possui um estilo bem parecido: tramas ultra confidenciais, informantes que são apelidados de "Garganta Profunda", e claro, muitas conspirações governamentais, porque é bom e todo mundo gosta! (a diferença de Arquivo-X é que trata de casos paranormais e aliens, uma pequena diferença, não?).
     Pra finalizar, deixe-me dizer que recomendo demais esse filme, que com certeza entra na lista de grandes clássicos do cinema, não só por ser um exercício lindo de cinematografia por parte do diretor e etc, mas principalmente porque deixa aquele gosto (clichê) de "justiça feita", tão inspirador que chega a nos dar vontade de largar tudo da vida e nos tornarmos jornalistas (creio que nunca vão faltar histórias como essa pra investigar, o problema é que hoje está todo mundo acomodado).