18 de mar. de 2014

A Dama das Camélias - Camille (George Cukor - 1936)


Nota: 5,00/5,00

   Novamente falando de um filme do qual eu gostei muito, porque ainda não tenho tempo pra postar sobre filmes que achei medianos, simples assim. Este é um daqueles melodramas cheio de teias de aranha de tão velho, do tipo que eu mais adoro. Com uma direção de George Cukor, estrelado por Garbo e Taylor, e baseado em um livro de Alexandre Dumas Filho, chamar de clássico é subestimar essa obra. Também tenho um gosto especial por esses pôsteres de filmes antigos, as cores eram tão vivas e cada um parecia uma pintura artística por si só.
   Li o livro "A Dama das Camélias" do Dumas há uns dois anos atrás, então não posso dizer se o filme foi fiel à obra, que é a questão que sempre se apresenta em adaptações. Mas, pelo menos o espírito do livro e a essência de seus personagens foram mantidos, até onde pude perceber. Greta Garbo (é apenas meu 2º filme com ela) encarnou perfeitamente a cortesã hedonista, Marguerite Gautier (o nome está errado no pôster), que veste todo aquele estereótipo que nós ja conhecemos: não acredita no amor porque, no fundo, não se sente merecedora dele, então mascara isso com todos os prazeres que seu estilo de vida pode proporcionar, além de manter relações destrutivas, baseadas em nada mais do que interesse. Até que um dia, conhece o modesto Armand Duval, que apesar de saber de sua condição social, se diz apaixonado por ela. A partir daí, temos inúmeros conflitos internos que Marguerite enfrenta para conseguir aceitar esse sentimento..Mais tarde, ela é coagida (mas de um modo ou de outro, foi uma escolha sua), a renunciar a Armand, à pedido do pai dele, já que ele nunca seria respeitado socialmente caso se casasse com uma cortesã. Em um ato digno de heroína de romance, ela desiste de seguir em frente com o casamento, fazendo Armand pensar que é porque ainda está apaixonada pelo Barão de Varville, seu antigo amante.
   Depois de um bom tempo de negações e sofrimento, Marguerite se encontra em seu leito de morte, há um reencontro entre ela e Armand, onde os dois se reconciliam e fazem planos, mas é tarde demais, essa, inclusive, é uma cena brilhantemente atuada por Greta Garbo - que foi uma das maiores atrizes dramáticas de sua época. Apesar de ser um romance clássico, acredito que também traz uma perspectiva interessante do contexto social da época, a posição das cortesãs da sociedade, apesar de viverem uma vida de luxo, elas eram como objetos dos homens que as sustentavam, não tendo muita escolha quanto a seu futuro. Além disso, sobre a proibição do casamento de Marguerite com Armand, a ideia antiga e tão universal (que vale não só para mulheres, como também para homens), de que o valor que a sociedade dá para as nossas relações são mais importantes do que as próprias, algo que pode parecer antiquado aos nossos olhos hoje, mas que com certeza ainda existe.






Um comentário:

  1. Eu adoro pôsteres de filmes antigos, tenho alguns quadros!
    Esse é um filme muito bom por sinal.
    Gostei do teu blog.
    Tuas opiniões parecem com as minhas.

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