17 de jan. de 2012

O Pecado Mora Ao Lado - The Seven Year Itch (Billy Wilder - 1955) (Com Spoilers)


                    Marilyn na famosa cena que a tornaria um ícone de sensualidade na América, e que inclusive, contribuiu para levar seu casamento ao fim.

Nota: 4/5

     A história com esse filme começa em uma madrugada de insônia, estava com a tv ligada, trocando apaticamente de canal, quando vejo algo quase inacreditável: um filme da Marilyn Monroe, na Band, e ainda por cima, legendado. por mais surpresa que eu tenha ficado, ao mesmo tempo fiquei indignada...os filmes e seriados de qualidade são transmitidos somente em horários insólitos, quando somente mártires da insônia estão de pé (creio que eram 4 horas da manhã). Pena que consegui assistir somente a cena final, mas deixando a indignação de lado, fiquei com muita vontade de assistir "o pecado mora ao lado", inteiro. Vamos ao filme..(tentarei ser mais sucinta nesse post).

     Resumo Rápido: Richard Sherman (Tom Ewell) é um homem casado que fica sozinho em casa no verão escaldante de Nova York, quando sua mulher e filho tiram uma férias de verão. "A garota", como é chamada a personagem de Marilyn, é a sensualissima vizinha temporária do andar de cima. Richard logo se apaixona perdidamente pela garota (como qualquer homem daquela época, creio), e acaba pensando em cometer adultério. Vale frisar que adultério era algo um tanto normal nessas circunstâncias (um homem sozinho em casa, sua familia viajando, não havia nada de errado em dar umas puladinhas de cerca).
O que se segue na história são uma série de episódios cômicos, onde Sherman se vê confrontado com a iminência do adultério. cometer ou não cometê-lo? e é esse o conflito ao longo do filme, ele quer perdidamente ficar com a garota, mas ao mesmo tempo, seu senso de lealdade também é muito forte. Richard é um personagem bastante paranóico, isso nos dá algumas cenas engraçadas, ele imaginando a si mesmo com a vizinha em N situações.


     Mas, creio que além de toda a comédia e da história em si, o mais marcante desse filme, é o que ele representou para a época. Veja, era o ano de 1955. A moral cristã e puritana reinavam na sociedade, bem mais do que hoje ainda reinam. "O Pecado Mora Ao Lado" foi baseado em uma peça de teatro, esta possuía, originalmente, uma linguagem bem mais "obscena" e cenas bem mais ousadas do que as que chegaram às telas. Muitas partes foram cortadas ou ajustadas para que passassem no comitê de censura de Hollywood (que convenhamos, era um pé no saco). Foi muito difícil para os produtores e para o diretor, Billy Wilder, conseguirem manter o mesmo tom da peça e fazer com que o verdadeiro humor da história não fosse perdido. Na verdade, o filme ficou bem diferente da peça, enquanto que nas telas o adultério de Richard e a vizinha não é propriamente consumado, na peça ele é, e muito bem, por sinal.


     A cena que mais causou polêmica foi a de Marilyn em cima da saída de ar do metrô (capa do filme), com seu vestido branco voando até em cima e deixando suas belas pernas à mostra. A cena original era bem mais provocante e mostrava muito mais do que a cena que foi para o filme.
Outra cena deletada foi a da banheira. Marilyn estava tomando banho, quando acidentalmente seu dedão do pé ficou preso na torneira, ela teve então de chamar o encanador para tirá-la daquela situação.

     Como foi falado no especial que eu assisti sobre o filme, a história gira em torno de Sherman, um marido que se vê temporariamente sozinho em sua casa, e é coincidentemente nessa hora que ele se depara com a teoria da "coceira dos sete anos" (daí o título), que diz que no sétimo ano de casamento, inicia-se uma crise entre o casal, então a probabilidade de ocorrer um adultério é maior. No entanto, quando assistimos o filme, a situação se inverte.
     Não há constestação de que Marilyn é o centro do filme, mesmo não sendo a personagem principal, ela rouba a cena e toda a atenção para si. Para a sua beleza e persona "blonde bombshell", sim, mas também para a graciosidade de sua atuação, uma inocência misturada com diálogos e cenas picantes. E é esse o mérito do filme.


     Não vou me estender mais, creio que resumi bem não só a história do filme, como também o que ele representou para o cinema, em 1955, e até hoje. Um filme, que mesmo tendo sido cortado e reprimido pela censura, conseguiu ser engraçado e irreverente.

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