13 de jul. de 2012

Melancolia (Lars Von Trier - 2011)


     Desde que assisti ao fatídico "Anticristo", confesso que torcia o nariz ao ouvir o nome "Lars Von Trier", mas como uma boa espectadora, resolvi dar uma segunda chance ao germânico.
     Havia grande expectativa ao redor do filme - como a maioria dos filmes dele, eu creio - cuja história me chamou à atenção desde que eu ouvi falar. Além do roteiro interessante, contava com a presença da Charlotte Gainsburg - sempre musa do Lars Von Trier - e da Kirsten Dunst, logo, merecia, ao menos, o benefício da dúvida.
     Mesmo assim, fui assistir com baixas expectativas, não sei se foi por isso, mas o filme realmente realizou a façanha de conseguir superar todas as reservas que eu tinha em relação ao Lars. Combinou com todas as caracteristicas que eu aprecio em um filme do gênero: introspecção, elementos subjetivos e implícitos em diálogos e o velho e bom thriller psicológico.
     Na sinopse do DVD, constava que era um "disaster movie". Sim. Mas não esperem grandes efeitos especiais e cenas de ação como dita a regra pra esse tipo de filme. Porque ele justamente se mistura com uma profunda análise psíquica das personagens.
     O filme conta a história de duas irmãs, suas respectivas subjetividades e a relação distinta que cada uma tem com um acontecimento próximo: a passagem do planeta Melancolia pela Terra. Esse singular planeta vinha se escondendo por trás do Sol, e agora seguia uma rota que perpassava todos os planetas do Sistema. Os comentários que envolviam a comunidade científica e os experts em astronomia, física e etc era de que não havia com o que se preocupar, infinitos cálculos garantiam, com toda a certeza, de que o Melancolia era inofensível e que não iria colidir com nosso planeta, visto que não havia colidido com Mercúrio nem com Vênus. Portanto, era um acontecimento muito importante e muito esperado por todos - alguns com receio, outros com grande expectativa - porém, sem maiores riscos. O filme aborda justamente isto, a posição que cada personagem tem perante a aproximação do Melancolia. Foca na história de duas irmãs: Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsburg). É dividido em dois capítulos (creio que seja costume do diretor utilizar esse tipo de divisão, porque é o que acontece no Anticristo, também), um para se aprofundar na vida de cada irmã.
     O resultado disso são muitas cenas "introspectivas", que ressaltam as frágeis relações entre as personagens apresentadas, algumas de uma beleza incrível, e até mesmo alguns efeitos usados nas cenas em que o Melancolia passa pela Terra, para não decepcionar os fãs do disaster!
     Acho que o Lars realmente acertou a mão em Melancolia, despertou meu interesse em ver outros trabalhos dele. Apesar de muitos comentários negativos, creio que não é um filme a ser completamente desprezado, acho que é uma história criativa e que toca em pontos existenciais, sendo impossível passar indiferente pelo final. Recomendo até que deve ser assistido somente naqueles dias em que fazemos perguntas existenciais, sobre o significado de cada coisa e de tudo, em dias verdadeiramente melancólicos.





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