Nota: 5,00/5,00
O filme da vez é mais uma obra-prima inspiradora do Frank Capra. Reune mais uma vez a dupla queridíssima: James Stewart (Tony Kirby) e Jean Arthur (Alice Sycamore). Além de uma atuação linda do Lionel Barrymore (Martin Vanderhof). Sobre o resto do elenco, só conheço a Ann Miller, que, curiosamente, fez uma pontinha em "Cidade dos Sonhos", do David Lynch.
Quando falamos de Frank Capra, falamos daquelas pérolas de filme que só encontramos na era clássica de Hollywood, aquelas histórias tão puras e sem malícia, com personagens cativantes e um final de "lavar a alma"...com esse não é diferente. O retrato geral do filme lembra bastante "A Felicidade Não Se Compra", também do Capra e também com o Jimmy Stewart como protagonista. Em ambos os filmes, a história envolve o elemento da condição social como tema.
Neste, aquela historinha clássica do herdeiro rico que se apaixona pela menina de condição econômica inferior, causando desespero nos pais hipócritas. A grande maravilha que encontrei nesse filme foi os seus personagens, mais especificamente, a família da protagonista, os Sycamore. Descobri de onde vieram todos os clichês que vemos nos filmes mais novos sobre famílias "atrapalhadas" e com figuras engraçadas. Temos o patriarca, que é uma personalidade querida por todos, e que na sua meia-idade, percebeu que não era feliz levando uma vida "comum" (digamos, viver para trabalhar e trabalhar para viver), decidindo mudar de rumo e fazer somente o que lhe proporcionava diversão e felicidade. Sobre o resto da família, dá pra dizer que cada membro possui um ou mais hobbies curiosos: a mãe da Alice começou a escrever peças porque certo dia uma máquina de escrever foi entregue por engano na casa; o pai faz experimentos com fogos de artifício no porão, ajudado por um conhecido da família que um dia acabou ficando; a irmã de Alice é uma aspirante a bailarina, ajudada pelo marido que faz os "arranjos" musicais e pelo treinador, o sr. Kolenkhov, um russo que adora criticar tudo (um dos melhores personagens). Além disso, há um novo membro da família, o sr. Poppins, que recentemente influenciado pelo Sr. Vanderhof, tomou a decisão de se demitir do trabalho chato que tinha pra poder se dedicar às suas criações manuais.
Uma das cenas mais memoráveis com certeza é a do jantar na casa dos Sycamore, em que os Kirby são convidados, o problema é que eles acabam indo na noite errada, e o que presenciam é uma demonstração de como a família realmente é na sua intimidade, o que algumas pessoas chamariam de "louca". A única personagem que parece bastante desconfortável com essa situação é a Alice, que planejava um jantar super organizado e bonitinho, pra impressionar os possivelmente futuros sogro(a). Outra cena memorável é a da dança "Big Apple", e a do restaurante, onde a Alice é motivo de risos por ter uma placa nas suas costas escrita "NUTS".
No geral, traz uma mensagem muito interessante e que nos faz refletir sobre o que realmente tem importância em nossas vidas, afinal, como diz o Sr. Vanderhof: "You can't take it with you, Mr. Kirby. So what good is it? As near as I
can see, the only thing you can take with you is the love of your
friends."
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